SERRADOR:
FOTO DE JOAQUIM GOMES
SERRADORES E OS SEUS UTENSÍLIOS
Ligados a esta profissão existiam também os esgalhadores e os metaneiros, isto é, aqueles que faziam os metanos (molhos de lenha).
As árvores novas eram esgalhadas para melhorar para melhorar o seu desenvolvimento; esgalhar significa cortar os esgalhos, ou seja, os ramos. Todos estes restos que ficavam que ficavam pelo chão após a esgalha ou corte eram aproveitados pelos metaneiros que os "emolhavam" e os punham em medas, sendo depois carregados em carros de bois e transportados para as cerâmicas e padarias, para alimentarem os fornos.
Na freguesia abundavam matas de pinheiros e eucaliptos e de algumas outras árvores de várias espécies. Daí a razão da existência de muitos serradores, pois a matéria prima abundava. Só o esforço humano podia converter a madeira bruta em objectos indispensáveis. Antigamente quase tudo era feiro em madeira.
Os serradores tinham de estar no seu local de trabalho ao nescer do sol. Quando os cortes eram feitos em matas longe da freguesia saíam à segunda e só voltavam ao sábado, passando toda a semana na mata. No verão juntavam os ramos e improvisavam uma choupana onde dormiam. No inverno tinham de arranjar albergue nalguma adega ou palheiro próximo.
Iniciavam o trabalho com o corte ou abate de árvores seleccionadas, abatidas a machado. Existia o corte à palma e o de quatro bicas. à palma, caracterizava-se por um homem de cada lado; e o de quatro bicas (utilizava-se este corte em árvores de grandes dimensões) compreendia dois homens do mesmo lado, que depois iam mudando o sentido do corte.
Quando a árvore caia por terra era esgalhada ou destroncada, seguidamente cortada aos bocados, em toros de um metro ou setenta ou oitenta centímetros que depois eram rachados em duas ou quatro partes que se denominavam cavacas, que serviam para alimentar os fornos.
O trabalho principal dos serradores era fazer emadeiramentos, estes formados por vigas ou madres, barrotes e ripas. Os emadeiramentos seriam basicamente de eucalipto ou choupo. Nesse trabalho eram utilizados os machados, os serrões e o moço (o moço era um pau com um esgalho que servia para apoiar a madeira que estava a ser serrada). As madeiras mais grossas seriam utilizadas para as molduras e geralmente eram de pinho. As molduras eram tábuas com cerca de cinco centímetros de espessura. O soalho com cerca de tres centímetros de espessura. O forro e meio com cerca de um centímetro e meio de espessura. O forro com cerca de um centímetro de espessura. Todas estas tábuas eram serradas nas matas com a serra braçal, que era uma serra própria dos serradores, manejada por dois homens, um em baixo do toro e outro em cima, com o toro assente numa "burra" de serrador e nos pontais. Utilizava-se uma cunha na ponta já serrada para abrir o fio e não prender a serra.
Antes de serrarem os toros para tábuas estes eram marcados com um fio pintado com almagra. O fio preso a uma das extremidades do toro, depois de bem esticado, era puxado para cima e largado de repente, este deixando a marca da almagra no toro para os serradores se guiarem quando fizessem o corte.
Depois da madeira estar serrada era posta em pargas para secar e depois de seca transportada para as obras em carros de bois.
Os utensílios mais utilizados eram os machados, serrões, moço, foições, serra de braçal, cunha, pedoa, cordão e a pedra de almagra. (1)
Ligados a esta profissão existiam também os esgalhadores e os metaneiros, isto é, aqueles que faziam os metanos (molhos de lenha).
As árvores novas eram esgalhadas para melhorar para melhorar o seu desenvolvimento; esgalhar significa cortar os esgalhos, ou seja, os ramos. Todos estes restos que ficavam que ficavam pelo chão após a esgalha ou corte eram aproveitados pelos metaneiros que os "emolhavam" e os punham em medas, sendo depois carregados em carros de bois e transportados para as cerâmicas e padarias, para alimentarem os fornos.
Na freguesia abundavam matas de pinheiros e eucaliptos e de algumas outras árvores de várias espécies. Daí a razão da existência de muitos serradores, pois a matéria prima abundava. Só o esforço humano podia converter a madeira bruta em objectos indispensáveis. Antigamente quase tudo era feiro em madeira.
Os serradores tinham de estar no seu local de trabalho ao nescer do sol. Quando os cortes eram feitos em matas longe da freguesia saíam à segunda e só voltavam ao sábado, passando toda a semana na mata. No verão juntavam os ramos e improvisavam uma choupana onde dormiam. No inverno tinham de arranjar albergue nalguma adega ou palheiro próximo.
Iniciavam o trabalho com o corte ou abate de árvores seleccionadas, abatidas a machado. Existia o corte à palma e o de quatro bicas. à palma, caracterizava-se por um homem de cada lado; e o de quatro bicas (utilizava-se este corte em árvores de grandes dimensões) compreendia dois homens do mesmo lado, que depois iam mudando o sentido do corte.
Quando a árvore caia por terra era esgalhada ou destroncada, seguidamente cortada aos bocados, em toros de um metro ou setenta ou oitenta centímetros que depois eram rachados em duas ou quatro partes que se denominavam cavacas, que serviam para alimentar os fornos.
O trabalho principal dos serradores era fazer emadeiramentos, estes formados por vigas ou madres, barrotes e ripas. Os emadeiramentos seriam basicamente de eucalipto ou choupo. Nesse trabalho eram utilizados os machados, os serrões e o moço (o moço era um pau com um esgalho que servia para apoiar a madeira que estava a ser serrada). As madeiras mais grossas seriam utilizadas para as molduras e geralmente eram de pinho. As molduras eram tábuas com cerca de cinco centímetros de espessura. O soalho com cerca de tres centímetros de espessura. O forro e meio com cerca de um centímetro e meio de espessura. O forro com cerca de um centímetro de espessura. Todas estas tábuas eram serradas nas matas com a serra braçal, que era uma serra própria dos serradores, manejada por dois homens, um em baixo do toro e outro em cima, com o toro assente numa "burra" de serrador e nos pontais. Utilizava-se uma cunha na ponta já serrada para abrir o fio e não prender a serra.
Antes de serrarem os toros para tábuas estes eram marcados com um fio pintado com almagra. O fio preso a uma das extremidades do toro, depois de bem esticado, era puxado para cima e largado de repente, este deixando a marca da almagra no toro para os serradores se guiarem quando fizessem o corte.
Depois da madeira estar serrada era posta em pargas para secar e depois de seca transportada para as obras em carros de bois.
Os utensílios mais utilizados eram os machados, serrões, moço, foições, serra de braçal, cunha, pedoa, cordão e a pedra de almagra. (1)
(1) Gomes, Joaquim - A Freguesia do Ramalhal no tempo