HISTÓRIA DA FREGUESIA DO RAMALHAL:
Pedra encontrada nas Ferrarias
Não se conhecem, até ao momento, vestígios de uma ocupação pré-histórica. Não obstante a prospecção arqueológica poder ser ainda insuficiente, tudo indica que a ocupação deste território se deu em épocas mais tardias.
Durante a ocupação romana, terá tido um maior desenvolvimento, provavelmente devido à proximidade do Rio Alcabrichel, que não só deveria constituir uma via comercial significativa, como o seu vale proporcionaria uma fértil actividade agrícola. Foram encontrados inúmeros materiais romanos (junto ao cemitério de Vila Facaia). Juntamente com as jorras, encontram-se á superfície, vestígios de fornos (fragmentos de tijolos, tegulae e imbrices – telhas romanas), bem como fragmentos de peças de cerâmica romana comum. Ainda próximo do mesmo local, encontraram-se muros antigos, enterrados com cerca de 1m de altura, diversas barras de ferro e uma lápide com uma inscrição romana?, bem como um importante conjunto de moedas romanas, datadas do século IV A.C. Por ultimo de referir ainda o achado, no Ameal de seis cabeceiras de sepultura medievais (3 datam já dos séculos XV-XVI), que se encontram depositadas no Museu municipal. Três delas representam as profissões dos respectivos defuntos: um pescador (apresenta 6 peixes gravados), um arquitecto (apresenta uma belíssima janela gótica) e um carpinteiro (uma serra). Notável é a cabeceira de sepultura do século XVI, com uma representação de Cristo Crucificado, exemplar de rara beleza e único em Portugal, cuja a imagem constitui a capa do Catálogo das Cabeceiras de Sepultura do Museu Municipal. (2).
Princípios do século VIII saltaram da África Moiros ou Árabes, venceram os Romano-Visigodos, e empurrando-os até às serranias do norte das Espanhas, tudo o mais senhoriaram. È lembrança deles o nome de Alcabrichel que deram ao ribeiro das Pontes e não consta como dantes se chamava. (1).
Em 1147 D. Afonso Henriques conquista Santarém e Lisboa. E desde logo iniciou o povoamento das zonas conquistadas, dando terras aos cruzados que o haviam ajudado, que por sua vez trouxeram Francos. Promoveu a vinda de colonos de procedências várias para esta região. Quando do repovoamento, pelo prolongado abandono em que haviam caído as torres desmoronaram-se. Eram Turres Véteres. E provavelmente sucedeu assim: Esquecido ou preterido o nome da antiga fortaleza, foi com o nome de Torres Vedras que se reconstruiu. Os colonos teriam chegado em levas sucessivas, acostavam-se ao castelo e construíram igrejas, as de St.ª Maria, S. Pedro, S. Miguel e Santiago, que o bispo de Lisboa reconheceu como paróquias talhando para elas todo o ermo à volta. A bacia do Alcabrichel desde principio coube à freguesia de S. Miguel, com a paroquial no sopé do castelo, a norte junto ao Sizandro.(1)
As quatro paróquias foram sendo reajustadas ao longo dos tempos. Foi num desses reajustamentos que o bispo de Lisboa nomeou quatro inquiridores, um por cada paróquia. Os inquiridores iniciaram o seu trabalho a 8 de Agosto de 1309, e foram arrolando: No lugar das Pontes, o herdamento da Albergaria, com quatro seareiros ali moradores e outros quatro de donos de fora; na Amieira dos Pobres, três herdamentos na ribeira; na Vila Facai (assim se grafava e dizia então), um herdamento e quatro seareiros; nas Ferrarias do Alcabrichel, sete herdamentos, mais seis seareiros, um casal e um castanhal; na vasta herdade dos Clérigos da Lourinhã, a quintã com seu paço e moradia foreiro e vários casais foreiros dispersos; um herdamento da Azevreira, coirelas amanhadas no Vale de Meedayrar; alguns poucos casais dispersos, um deles na Bogalheira; o herdamento de Domingos Joanes de Apelido Ramalho por morar no sítio chamado Ramalho que deu seu nome ao Ramalhal. E mais não havia porque os casais a seguir arrolados eram foreiros dos Cavaleiros da Ordem Militar de Malta.(1).
Em 1435 já Ameal e Ramalhal, entretanto nascidos e crescidos, eram lugares de certa importância. Inês Pires, moradora no Ramalhal, em testamento nesse ano assinado deixa bens à igreja de S. Lourenço do Ameal para se pagar a capelão que nela celebre missa. Em 1464 em visita pastoral feita á paroquia de S. Miguel de Torres Vedras, o delegado do arcebispo de Lisboa, em acta no livro de visitas, mandava ao Prior que encarregasse um dos seus clérigos de atender com missa dominical e sacramentos o povo de Ameal e Ramalhal. A igreja de S. Lourenço do Ameal ficava assim uma capelania permanente da obrigação de S. Miguel(1).
Outro documento datado de 1441 uma carta do regente Dom Pedro, refere o Ameal. (3).
Em 9 de Julho de 1527, convocados pela Câmara de Torres Vedras para deliberação e contrato sobre sisas acudiram à vila representantes de todos os povos do seu termo. No documento do contrato, com os representantes dos demais povos assinaram os da freguesia de S. Lourenço do Ameal. Não se conhece a data precisa em que a nova freguesia se desmembrou da matriz de S. Miguel de Torres Vedras, mas o contexto da história da vila não permite levar o desmembramento para muitos anos atrás. Nesse mesmo ano de 1527, a 31 de Outubro se procedeu ao recenseamento de toda a população de Portugal. Por ele sabemos que havia então na freguesia de S. Lourenço do Ameal: Aldeia de Vila Facai – 16 vizinhos; Aldeia de Paicorreia, 6; Aldeia de Ramalhal, 16; Aldeia do Ameal, 28, Aldeia da Brunheira, 16; o que soma ao todo 82 vizinhos ou fogos, e a dar quatro pessoas em média por fogo a freguesia contava então á volta de 328 habitantes.(1)
Não consta a data a que começaram a dar à freguesia de S. Lourenço do Ameal o nome de freguesia de S. Lourenço do Ramalhal, nem o motivo porque o fizeram. No livro de Baptismos do Ramalhal (1585-1666) arquivado na Torre do Tombo em Lisboa, a 30 de Novembro de 1608 o Pároco assentava “Baptizei nesta igreja de S. Lourenço do Ameal”, em 30 de Novembro de 1656 por sua vez dizia “Baptizei nesta igreja de S. Lourenço do Ramalhal”. Por aqui se vê a mudança no nome da freguesia se fez entre 1608 e 1656. Note-se, porém que a mudança no nome da freguesia nada tem a ver com a mudança da igreja paroquial que muito além de 1656 ainda era a antiga igreja de S. Lourenço do Ameal.(1)
Em 12 de Maio de 1758 o Pároco da freguesia do Ramalhal, respondendo a um inquérito informava:
“...Não tem termo seu mas sim quatro lugares, dos quaes hum se chama Ramalhal, e he o principal, e tem vinte e sete vizinhos; outro se chama Ameal, e tem vinte e seis moradores;....”
“....A parochia existe fora de lugar sem povoado algum, em sima de hum piqueno monte, e lhe fica da parte nascente hum varzido, pelo meyo do qual corre hum rio e do poente algumas vinhas que ficam juntas a hum pinhal....”
“...Não tem Beneficiados nem convento, nem tam pouco Hospital, nem juntamente casa de Mizericordia.....”
“...As Ermidas são só seys......de S. Antonio do lugar do Ameal.....porem a nenhuma destas Seis Irmidas acode Romagem. Os frutos desta terra q os moradores recolhem com mais abundancia, são milho, e trigo; não tem juiz ordinário nem juntamente camara. Mas he sugeyta à villa de Torres Vedras, não he couto, nem tão pouco cabeça de concelho.Se della sahisse algum homem insigne em virtudes, letras, ou armas não há memória; não tem juntamente feyra alguma, nem correyo, por q se serve do correyo de Torres Vedras, q lhe fica dystante huma legoa, e vem dentro do tempo de oito dias. He distante da cidade de Lx.º q he a capital do seu patriarcado oito legoas; nella não ha previlegios q se hajão de notar, nem dignos de memoria. Não ha também nesta terra fonte, ou lagoa celebre, nem que tenha especial qualidade....”
“...A repeito do Rio q passa por este citio pouco ha q notar; chamasse o rio, q vem de Villa Verde, q he sitio aonde le principia; não nasce caudelozo, ainda q neste citio corra todo o anno. Nele não entrão outros rios senão alguns regatos, q acabada a chuva, estão secos, não he navegavel, nem he de curso arrebatado, mas em toda a sua dystancia, ordinario na corrente; he a sua corrente do nascente a poente; e os peyxes q cria são chamados Ruivalos e estes em pouca quantidade. As margens deste rio se cultivão mas não tem arvoredo senão acazo alguns xopos; as suas agoas não sey q tenhão virtude....”
“...Muinhos de agoa tem quatro, mas não tem outro qualquer emgenho; não consta q em algum tempo se tirasse ouro das suas areas; os povos pouca uzão de suas agoas para a cultura dos campos....”(2)
Em 12 de Outubro de 1810 o exército da terceira invasão francesa contra Portugal, posto a caminho de Lisboa depois de fustigado pelas tropas luso-inglesas no Buçaco, estancou espantado perante as linhas de Torres Vedras. Massena o General que comandava, parecendo-lhe intransponível aquela barreira militar, mandou a Paris informar e por ordens sobre o que haveria de fazer. Seus soldados, aboletados pelas povoações frente ás Linhas, na indisciplina e na miséria cometeram infâmias e vergonhas. Os livros e assentos de Baptismos, Casamentos e Óbitos foram queimados pela tropa francesa em 1810.(1)
BIBLIOGRAFIA
(1) Historial fornecido aos Serviços de Cultura e Turismo pelo presidente da Junta de Freguesia do Ramalhal Sr. António Luiz Jerónimo em 15-06-1984 facultado pelo Padre Félix Lopes. Registado na Biblioteca Municipal de Torres Vedras nº 9763 CDU 908 (469-411). Reeditado na brochura "Freguesia do Ramalhal" editado pela Junta de Freguesia do Ramalhal em 1996.
(2) Jornal "Badaladas" nº 2264 de 28-05-1999 suplemento freguesias
(3) Monumenta Henricina Volume VII (1439-1443) - pág. 250
Durante a ocupação romana, terá tido um maior desenvolvimento, provavelmente devido à proximidade do Rio Alcabrichel, que não só deveria constituir uma via comercial significativa, como o seu vale proporcionaria uma fértil actividade agrícola. Foram encontrados inúmeros materiais romanos (junto ao cemitério de Vila Facaia). Juntamente com as jorras, encontram-se á superfície, vestígios de fornos (fragmentos de tijolos, tegulae e imbrices – telhas romanas), bem como fragmentos de peças de cerâmica romana comum. Ainda próximo do mesmo local, encontraram-se muros antigos, enterrados com cerca de 1m de altura, diversas barras de ferro e uma lápide com uma inscrição romana?, bem como um importante conjunto de moedas romanas, datadas do século IV A.C. Por ultimo de referir ainda o achado, no Ameal de seis cabeceiras de sepultura medievais (3 datam já dos séculos XV-XVI), que se encontram depositadas no Museu municipal. Três delas representam as profissões dos respectivos defuntos: um pescador (apresenta 6 peixes gravados), um arquitecto (apresenta uma belíssima janela gótica) e um carpinteiro (uma serra). Notável é a cabeceira de sepultura do século XVI, com uma representação de Cristo Crucificado, exemplar de rara beleza e único em Portugal, cuja a imagem constitui a capa do Catálogo das Cabeceiras de Sepultura do Museu Municipal. (2).
Princípios do século VIII saltaram da África Moiros ou Árabes, venceram os Romano-Visigodos, e empurrando-os até às serranias do norte das Espanhas, tudo o mais senhoriaram. È lembrança deles o nome de Alcabrichel que deram ao ribeiro das Pontes e não consta como dantes se chamava. (1).
Em 1147 D. Afonso Henriques conquista Santarém e Lisboa. E desde logo iniciou o povoamento das zonas conquistadas, dando terras aos cruzados que o haviam ajudado, que por sua vez trouxeram Francos. Promoveu a vinda de colonos de procedências várias para esta região. Quando do repovoamento, pelo prolongado abandono em que haviam caído as torres desmoronaram-se. Eram Turres Véteres. E provavelmente sucedeu assim: Esquecido ou preterido o nome da antiga fortaleza, foi com o nome de Torres Vedras que se reconstruiu. Os colonos teriam chegado em levas sucessivas, acostavam-se ao castelo e construíram igrejas, as de St.ª Maria, S. Pedro, S. Miguel e Santiago, que o bispo de Lisboa reconheceu como paróquias talhando para elas todo o ermo à volta. A bacia do Alcabrichel desde principio coube à freguesia de S. Miguel, com a paroquial no sopé do castelo, a norte junto ao Sizandro.(1)
As quatro paróquias foram sendo reajustadas ao longo dos tempos. Foi num desses reajustamentos que o bispo de Lisboa nomeou quatro inquiridores, um por cada paróquia. Os inquiridores iniciaram o seu trabalho a 8 de Agosto de 1309, e foram arrolando: No lugar das Pontes, o herdamento da Albergaria, com quatro seareiros ali moradores e outros quatro de donos de fora; na Amieira dos Pobres, três herdamentos na ribeira; na Vila Facai (assim se grafava e dizia então), um herdamento e quatro seareiros; nas Ferrarias do Alcabrichel, sete herdamentos, mais seis seareiros, um casal e um castanhal; na vasta herdade dos Clérigos da Lourinhã, a quintã com seu paço e moradia foreiro e vários casais foreiros dispersos; um herdamento da Azevreira, coirelas amanhadas no Vale de Meedayrar; alguns poucos casais dispersos, um deles na Bogalheira; o herdamento de Domingos Joanes de Apelido Ramalho por morar no sítio chamado Ramalho que deu seu nome ao Ramalhal. E mais não havia porque os casais a seguir arrolados eram foreiros dos Cavaleiros da Ordem Militar de Malta.(1).
Em 1435 já Ameal e Ramalhal, entretanto nascidos e crescidos, eram lugares de certa importância. Inês Pires, moradora no Ramalhal, em testamento nesse ano assinado deixa bens à igreja de S. Lourenço do Ameal para se pagar a capelão que nela celebre missa. Em 1464 em visita pastoral feita á paroquia de S. Miguel de Torres Vedras, o delegado do arcebispo de Lisboa, em acta no livro de visitas, mandava ao Prior que encarregasse um dos seus clérigos de atender com missa dominical e sacramentos o povo de Ameal e Ramalhal. A igreja de S. Lourenço do Ameal ficava assim uma capelania permanente da obrigação de S. Miguel(1).
Outro documento datado de 1441 uma carta do regente Dom Pedro, refere o Ameal. (3).
Em 9 de Julho de 1527, convocados pela Câmara de Torres Vedras para deliberação e contrato sobre sisas acudiram à vila representantes de todos os povos do seu termo. No documento do contrato, com os representantes dos demais povos assinaram os da freguesia de S. Lourenço do Ameal. Não se conhece a data precisa em que a nova freguesia se desmembrou da matriz de S. Miguel de Torres Vedras, mas o contexto da história da vila não permite levar o desmembramento para muitos anos atrás. Nesse mesmo ano de 1527, a 31 de Outubro se procedeu ao recenseamento de toda a população de Portugal. Por ele sabemos que havia então na freguesia de S. Lourenço do Ameal: Aldeia de Vila Facai – 16 vizinhos; Aldeia de Paicorreia, 6; Aldeia de Ramalhal, 16; Aldeia do Ameal, 28, Aldeia da Brunheira, 16; o que soma ao todo 82 vizinhos ou fogos, e a dar quatro pessoas em média por fogo a freguesia contava então á volta de 328 habitantes.(1)
Não consta a data a que começaram a dar à freguesia de S. Lourenço do Ameal o nome de freguesia de S. Lourenço do Ramalhal, nem o motivo porque o fizeram. No livro de Baptismos do Ramalhal (1585-1666) arquivado na Torre do Tombo em Lisboa, a 30 de Novembro de 1608 o Pároco assentava “Baptizei nesta igreja de S. Lourenço do Ameal”, em 30 de Novembro de 1656 por sua vez dizia “Baptizei nesta igreja de S. Lourenço do Ramalhal”. Por aqui se vê a mudança no nome da freguesia se fez entre 1608 e 1656. Note-se, porém que a mudança no nome da freguesia nada tem a ver com a mudança da igreja paroquial que muito além de 1656 ainda era a antiga igreja de S. Lourenço do Ameal.(1)
Em 12 de Maio de 1758 o Pároco da freguesia do Ramalhal, respondendo a um inquérito informava:
“...Não tem termo seu mas sim quatro lugares, dos quaes hum se chama Ramalhal, e he o principal, e tem vinte e sete vizinhos; outro se chama Ameal, e tem vinte e seis moradores;....”
“....A parochia existe fora de lugar sem povoado algum, em sima de hum piqueno monte, e lhe fica da parte nascente hum varzido, pelo meyo do qual corre hum rio e do poente algumas vinhas que ficam juntas a hum pinhal....”
“...Não tem Beneficiados nem convento, nem tam pouco Hospital, nem juntamente casa de Mizericordia.....”
“...As Ermidas são só seys......de S. Antonio do lugar do Ameal.....porem a nenhuma destas Seis Irmidas acode Romagem. Os frutos desta terra q os moradores recolhem com mais abundancia, são milho, e trigo; não tem juiz ordinário nem juntamente camara. Mas he sugeyta à villa de Torres Vedras, não he couto, nem tão pouco cabeça de concelho.Se della sahisse algum homem insigne em virtudes, letras, ou armas não há memória; não tem juntamente feyra alguma, nem correyo, por q se serve do correyo de Torres Vedras, q lhe fica dystante huma legoa, e vem dentro do tempo de oito dias. He distante da cidade de Lx.º q he a capital do seu patriarcado oito legoas; nella não ha previlegios q se hajão de notar, nem dignos de memoria. Não ha também nesta terra fonte, ou lagoa celebre, nem que tenha especial qualidade....”
“...A repeito do Rio q passa por este citio pouco ha q notar; chamasse o rio, q vem de Villa Verde, q he sitio aonde le principia; não nasce caudelozo, ainda q neste citio corra todo o anno. Nele não entrão outros rios senão alguns regatos, q acabada a chuva, estão secos, não he navegavel, nem he de curso arrebatado, mas em toda a sua dystancia, ordinario na corrente; he a sua corrente do nascente a poente; e os peyxes q cria são chamados Ruivalos e estes em pouca quantidade. As margens deste rio se cultivão mas não tem arvoredo senão acazo alguns xopos; as suas agoas não sey q tenhão virtude....”
“...Muinhos de agoa tem quatro, mas não tem outro qualquer emgenho; não consta q em algum tempo se tirasse ouro das suas areas; os povos pouca uzão de suas agoas para a cultura dos campos....”(2)
Em 12 de Outubro de 1810 o exército da terceira invasão francesa contra Portugal, posto a caminho de Lisboa depois de fustigado pelas tropas luso-inglesas no Buçaco, estancou espantado perante as linhas de Torres Vedras. Massena o General que comandava, parecendo-lhe intransponível aquela barreira militar, mandou a Paris informar e por ordens sobre o que haveria de fazer. Seus soldados, aboletados pelas povoações frente ás Linhas, na indisciplina e na miséria cometeram infâmias e vergonhas. Os livros e assentos de Baptismos, Casamentos e Óbitos foram queimados pela tropa francesa em 1810.(1)
BIBLIOGRAFIA
(1) Historial fornecido aos Serviços de Cultura e Turismo pelo presidente da Junta de Freguesia do Ramalhal Sr. António Luiz Jerónimo em 15-06-1984 facultado pelo Padre Félix Lopes. Registado na Biblioteca Municipal de Torres Vedras nº 9763 CDU 908 (469-411). Reeditado na brochura "Freguesia do Ramalhal" editado pela Junta de Freguesia do Ramalhal em 1996.
(2) Jornal "Badaladas" nº 2264 de 28-05-1999 suplemento freguesias
(3) Monumenta Henricina Volume VII (1439-1443) - pág. 250