ADOBE:
O Adobe (locais: Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve) consiste em: tijolos moldados a partir de terra crua argilosa (por vezes com adição de cascalho e cal), moldados em caixotes de Madeira com dimensões vulgares de 8x16x35cm (existindo muitas outras); a secagem ao ar leva cerca de 15 dias após fabricação, porém a qualidade e resistência aumentam com duração da secagem; excelentes qualidades térmicas e sonoras; o custo da matéria-prima muito baixo. Actualmente têm-se feito estudos e utilizam-se já estabilizantes aperfeiçoando a técnica. (1)
A construção em alvenaria resistente em adobe impulsionada em finais do séc. XIX, teve o seu auge na primeira metade do séc. XX, mas veio sendo gradualmente abandonada nos anos sessenta até ao seu desaparecimento como técnica construtiva. Actualmente são ainda vários os exemplos de património histórico edificado neste tipo de alvenaria, assim como de edifícios de habitação e serviços, que continuam a satisfazer as funções para as quais foram projectados e assim vão atestando a longevidade do adobe como material de construção. Actualmente é evidente o nível de degradação e abandono patente nas construções em adobe. Contudo, pode-se ressalvar casos em que as construções se encontram plenamente capazes de cumprir as funções para as quais foram pensadas e construídas, necessitando apenas para tal de pequenas obras de manutenção e conservação. No entanto, a demolição tem sido a solução geralmente adoptada para estas construções, tendo-se porém nos últimos anos recorrido pontualmente à reabilitação e reforço das construções em adobe por parte de alguns proprietários sensibilizados com a sua salvaguarda e preservação.
A terra como material de construção tem mais de dez mil anos, sendo adoptada nas mais variadas edificações, desde casas simples a enumeras edificações de índole defensivas e de culto.
Em Portugal, a construção em terra, como elemento estrutural, é predominante no sul e centro litoral. O norte e centro interior são dominados pela alvenaria de pedra. A técnica construtiva mais utilizada no sul é a taipa. Relativamente ao adobe e apesar da sua enorme heterogeneidade, confirmada pelas inúmeras tipologias identificadas, a maioria das construções encontram-se confinadas sobretudo ao centro litoral.
O adobe não foi somente utilizado em construções pequenas e modestas, como por exemplo casas rurais, arrecadações, armazéns, muros de propriedades ou poços de água. São ainda vários os exemplos de património com elevado valor histórico e cultural edificado neste tipo de alvenaria, nomeadamente igrejas, casas de espectáculos, grandes mansões, algumas destas com uma arquitectura de estilo Arte Nova, que constituiu o movimento artístico e arquitectónico dominante à época.
Regra geral, os blocos de adobe eram realizados com terra arenosa húmida, que depois de amassada e colocada em formas, era seca ao sol. Dado que é um material fabricado de forma manual conduz, basicamente, a que todos os blocos sejam realizados de forma diferente, nomeadamente nas condições de compactação. Facto esse que pode contribuir para uma ligeira dispersão nas propriedades dos blocos.
Para o melhoramento do seu desempenho mecânico era relativamente frequente a inclusão de cal e por vezes de palha. As dimensões correntes, pese embora a existência de inúmeras tipologias identificadas, variavam sobretudo consoante o uso, sendo de aproximadamente 0.45×0.30×0.15m quando utilizados em casas e de 0.45×0.20×0.15m quando utilizados na construção de muros.
Sendo pouco resistente à água, o adobe em paredes é assente sobre um primeiro alicerce em pedra, evitando o contacto directo com o solo, de forma a protegê-lo da humidade ascensional. Ocasionalmente foram encontrados casos em que as paredes eram assentes directamente no solo, tendo nestes casos graves problemas de humidade. No caso dos poços de água, a opção por uma composição melhorada do adobe com recurso à adição de cal garante o adequado comportamento e durabilidade, apesar do contacto directo com a água
Nas construções de adobe encontram-se frequentemente soluções simples e engenhosas destinadas a melhorar a limitada resistência do material, tais como a utilização de barrotes de madeira, arcos mais ou menos elaborados realizados com os mais diversos materiais (pedra, madeira, tijolo e até em adobe), por forma a vencer os vãos das aberturas e melhorar a distribuição das cargas nos elementos estruturais.
A grande heterogeneidade de dimensões e de constituição dificulta a caracterização e o estudo da construção em adobe. É possível encontrar paredes resistentes realizadas em adobe extremamente fraco, como por exemplo em terra preta (rica em matéria orgânica), ou em adobe melhorado com inclusão de palha para melhorar as suas propriedades Construções em Adobe mecânicas. Em alguns casos encontra-se na mesma parede diferentes tipos de adobe misturados de uma forma mais ou menos aleatória com outros materiais, como por exemplo a pedra, era comum a reutilização dos materiais de construção. (2)
A construção em alvenaria resistente em adobe impulsionada em finais do séc. XIX, teve o seu auge na primeira metade do séc. XX, mas veio sendo gradualmente abandonada nos anos sessenta até ao seu desaparecimento como técnica construtiva. Actualmente são ainda vários os exemplos de património histórico edificado neste tipo de alvenaria, assim como de edifícios de habitação e serviços, que continuam a satisfazer as funções para as quais foram projectados e assim vão atestando a longevidade do adobe como material de construção. Actualmente é evidente o nível de degradação e abandono patente nas construções em adobe. Contudo, pode-se ressalvar casos em que as construções se encontram plenamente capazes de cumprir as funções para as quais foram pensadas e construídas, necessitando apenas para tal de pequenas obras de manutenção e conservação. No entanto, a demolição tem sido a solução geralmente adoptada para estas construções, tendo-se porém nos últimos anos recorrido pontualmente à reabilitação e reforço das construções em adobe por parte de alguns proprietários sensibilizados com a sua salvaguarda e preservação.
A terra como material de construção tem mais de dez mil anos, sendo adoptada nas mais variadas edificações, desde casas simples a enumeras edificações de índole defensivas e de culto.
Em Portugal, a construção em terra, como elemento estrutural, é predominante no sul e centro litoral. O norte e centro interior são dominados pela alvenaria de pedra. A técnica construtiva mais utilizada no sul é a taipa. Relativamente ao adobe e apesar da sua enorme heterogeneidade, confirmada pelas inúmeras tipologias identificadas, a maioria das construções encontram-se confinadas sobretudo ao centro litoral.
O adobe não foi somente utilizado em construções pequenas e modestas, como por exemplo casas rurais, arrecadações, armazéns, muros de propriedades ou poços de água. São ainda vários os exemplos de património com elevado valor histórico e cultural edificado neste tipo de alvenaria, nomeadamente igrejas, casas de espectáculos, grandes mansões, algumas destas com uma arquitectura de estilo Arte Nova, que constituiu o movimento artístico e arquitectónico dominante à época.
Regra geral, os blocos de adobe eram realizados com terra arenosa húmida, que depois de amassada e colocada em formas, era seca ao sol. Dado que é um material fabricado de forma manual conduz, basicamente, a que todos os blocos sejam realizados de forma diferente, nomeadamente nas condições de compactação. Facto esse que pode contribuir para uma ligeira dispersão nas propriedades dos blocos.
Para o melhoramento do seu desempenho mecânico era relativamente frequente a inclusão de cal e por vezes de palha. As dimensões correntes, pese embora a existência de inúmeras tipologias identificadas, variavam sobretudo consoante o uso, sendo de aproximadamente 0.45×0.30×0.15m quando utilizados em casas e de 0.45×0.20×0.15m quando utilizados na construção de muros.
Sendo pouco resistente à água, o adobe em paredes é assente sobre um primeiro alicerce em pedra, evitando o contacto directo com o solo, de forma a protegê-lo da humidade ascensional. Ocasionalmente foram encontrados casos em que as paredes eram assentes directamente no solo, tendo nestes casos graves problemas de humidade. No caso dos poços de água, a opção por uma composição melhorada do adobe com recurso à adição de cal garante o adequado comportamento e durabilidade, apesar do contacto directo com a água
Nas construções de adobe encontram-se frequentemente soluções simples e engenhosas destinadas a melhorar a limitada resistência do material, tais como a utilização de barrotes de madeira, arcos mais ou menos elaborados realizados com os mais diversos materiais (pedra, madeira, tijolo e até em adobe), por forma a vencer os vãos das aberturas e melhorar a distribuição das cargas nos elementos estruturais.
A grande heterogeneidade de dimensões e de constituição dificulta a caracterização e o estudo da construção em adobe. É possível encontrar paredes resistentes realizadas em adobe extremamente fraco, como por exemplo em terra preta (rica em matéria orgânica), ou em adobe melhorado com inclusão de palha para melhorar as suas propriedades Construções em Adobe mecânicas. Em alguns casos encontra-se na mesma parede diferentes tipos de adobe misturados de uma forma mais ou menos aleatória com outros materiais, como por exemplo a pedra, era comum a reutilização dos materiais de construção. (2)
(1) Guedes, Miguel - Arquitectura e Sustentabilidade
(2) Pereira, Henrique Pereira - Caracterização do Comportamento Estrutural de Construções em Adobe
(2) Pereira, Henrique Pereira - Caracterização do Comportamento Estrutural de Construções em Adobe